O ano começou agitado devido à transição do governo federal. Muitas mudanças são esperadas em todas as áreas de atuação, algumas das quais já ocorreram nas duas primeiras semanas da nova gestão. Entre eles, por exemplo, foram anunciadas duas novas presidentes para a Caixa Econômica Federal e o Banco do Brasil. A primeira delas, Rita Serrano, assumiu a Caixa na última quinta-feira (12). Ela disse que tentaria baixar os juros cobrados na linha de crédito consignado do Auxílio Brasil. A nova presidente afirmou durante sua posse a suspensão do crédito consignado aos beneficiários do Auxílio Brasil.
Serrano disse que o motivo são os altos juros da modalidade. No modelo, o valor é automaticamente debitado da conta do beneficiário. Os empréstimos podiam ter parcelamento em até 24 vezes, com juros máximos de 3,5% ao mês.
Já está valendo a suspensão do empréstimo consignado?
Ainda não houve confirmação do fim do empréstimo consignado do Auxílio Brasil. Ou seja, a suspensão ficará em vigor enquanto o serviço estiver sendo reavaliado. Desse modo, é importante lembrar que uma das principais críticas dos especialistas se dá a respeito do empréstimo ter sido oferecido em cima da hora pensando nas eleições de 2022.
“Nós estamos suspendendo o consignado do Auxílio Brasil por duas razões: a 1ª é que o Ministério do Desenvolvimento Social vai revisar o cadastro. Não é de bom tom que a gente mantenha, porque não sabemos quem ficará nesse cadastro. E a outra razão é que os juros consignados para essa modalidade são muito altos”, afirmou Serrano em entrevista
Dito isso, o serviço teve seu lançamento de forma acelerada semanas antes do segundo turno, e isso provavelmente prejudicou muitas famílias. Por isso, a presidente da Caixa também divulgou informações importantes sobre um estudo para reduzir os juros dos empréstimos consignados do Auxílio Brasil.
Na verdade, para os já inscritos, essa notícia não vai mudar nada. Isso porque não é cogitada a ideia de quitar a dívida do beneficiário do contrato solicitante. No entanto, em breve será lançado o Desenrola Brasil, que pode trazer linhas específicas para negociação de débitos nos empréstimos do Auxílio Brasil.
Programa Desenrola Brasil
O Desenrola Brasil não vai quitar as dívidas do Auxílio Brasil. No ano passado, o atual Ministro da Economia, Fernando Haddad (PT), criticou o modelo de empréstimo. Mesmo assim, disse que não há como perdoar as dívidas dos brasileiros. Afinal, a medida afetará os cofres públicos, e o país passa por uma grave crise fiscal.
A boa notícia é que o Desenrola Brasil permitirá a renegociação de dívidas por meio do consignado. Assim, a proposta de Lula é que as famílias renegociem várias dívidas, além do consignado do Auxílio Brasil. O programa terá como alvo pessoas que ganham até três salários mínimos.
Bancos públicos como Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal ficarão encarregados de providenciar as renegociações. Assim, segundo Haddad, a medida atinge cerca de 80 milhões de brasileiros. Desse valor, 3,5 milhões estão relacionados ao Auxílio Brasil.
Quatro em cada dez beneficiários do Auxílio Brasil pediram a linha de crédito consignado, revelou o antigo Ministério da Cidadania. A Caixa é uma das principais instituições que prestam este serviço com uma taxa de juros de 3,45%.