O alto comando do Exército tinha conhecimento da ida do então ex ministro da saúde e militar da ativa, Eduardo Pazuello (PL), a motociata promovida por Bolsonaro (PL) no Rio de Janeiro, em maio 2021.
Foi o que revelou a quebra do sigilo de 100 imposto por Bolsonaro ao inquérito da Justiça Militar que julgou Pazuello, então general da ativa, no caso da sua participação na motociata político-partidária do ex-presidente, o “Imbrochável”, Jair Bolsonaro.
O documento foi liberado pelo Exército na última sexta-feira, 24, por determinação da justiça e acabou se relevando uma verdadeira Vergonha para o Exército Brasileiro.
De acordo com os documentos, Pazuello informou o então comandante do Exército, Paulo Sérgio Nogueira, que iria a um passeio com Bolsonaro.
“Relembro-vos que o informei por telefone no sábado que iria ao passeio no domingo, a convite do presidente. Os laços de respeito e camaradagem entre mim e o presidente da República, a meu ver, justificam o convite para o passeio”, afirmou Pazuello, o “Obediente”.
Ou seja, segundo Pazuello acredita, o código de disciplina militar pode ser rasgado por uma simples questão de “camaradagem”.
Apesar de à época “Obediente” não ser mais o Ministério da Saúde, ele ainda era general da ativa do Exército.
A repercussão sobre a participação de general da ativa do exército brasileiro em um ato político foi tamanha, que a Justiça Militar se viu obrigada a abrir um processo disciplinar contra o “Obediente”.
A defesa de Pazuello
De acordo com a defesa de Pazuello, ele acredita poder rasgar o código de disciplina militar por uma simples questão de “camaradagem”.
Segundo Pazzuelo, ele foi chamado a participar do ato político por conta da sua ‘camaradagem’ com Bolsonaro.
Argumento prontamente aceito pela “justiça” militar, representada pela pessoa do comandante do exército Paulo Sergio Nogueira.
O “Obediente” ainda tentou, e conseguiu, minimizar o caráter político da ‘motociata’.
O sensacional argumentou utilizado por Pazuello foi que como Bolsonaro não era filiado a nenhum partido à época, o ato não seria político-partidário.
“Cabe ressaltar que não tinha conhecimento prévio que haveria carro de som para os agradecimentos do Presidente da República. Tampouco tinha a intenção de me pronunciar no evento. Acrescento que fui surpreendido quando o Presidente me chamou para ficar ao seu lado na lateral do caminhão. Fiquei mais surpreso, ainda, quando o Presidente passou as minhas mãos o microfone para que me dirigisse ao público”, completou
Argumento também imediatamente aceito pelo comandante Paulo Sergio Nogueira.
“Da análise acurada dos fatos, bem como das alegações do referido oficial-general, deprende-se, de froma peremptória, não haver viés político-partidiário nas palavras proferidas, repita-se, de improviso, pelo arrolado, naquele momento”, afirmou o ex-comandante do Exército Paulo Sérgio, na manifestação que arquivou o processo.
Após pressão de Bolsonaro e da ala alinhada ao governo no Exército, Paulo Sérgio Nogueira acatou a defesa de Pazuello e arquivou o processo.
Um verdadeiro vexame para o exército brasileiro.
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