Nomeado para Ministro da Defesa pelo presidente Lula, José Múcio, é um direitista e amigo íntimo de Bolsonaro. Muito provavelmente, no entendimento do presidente Lula, essa proximidade de Múcio com o ex e o atual presidente, pode ajudar na construção de uma nova relação entre os militares e o atual governo.
No entanto, de acordo com o presidente Lula, Múcio é
A saber, Múcio é considerado um apaziguador, portanto seria o cara certo para acalmar os ânimos entre os militares e o governo Lula.
É praticamente de consenso geral que esse processo de politização do exército e da tentativa de dá as força armadas um protagonismo mediador da republica que não lhe cabe, promovido por Bolsonaro e no qual vários militares embarcaram, foi péssimo para imagem do exército perante a opinião pública.
Imagem essa ainda bastante machucada por conta de toda a barbárie promovida pelos militares durante os 21 anos de ditadura militar (1964-1985).
Imposto pelo regime ao país a partir do golpe de 64.
Todavia, todo esse “mal-entendido” sobre o papel do exército na estrutura de uma sociedade democrática, vem da distorção do artigo 142 da constituição.
Artigo 142 da Constituição Federal de 1988
E justamente sobre essa dificuldade de entendimento dos militares do artigo 142, que Múcio vai se reunir com representantes das Forças Armadas.
Entretanto, Múcio tem feito um papel estranho e mais parece está passando a mão na cabeça dos militares, do que qualquer outra coisa.
Para se ter uma ideia, Múcio chegou inclusive a dizer que o acampamento repleto de bolsonaristas terroristas e que estava sendo protegido pelo exército em Brasília, onde não só pediam, mas também planejavam um golpe de estado para impedir a posse do presidente Lula, era um acampamento legal e democrático.
Todavia, após a insurreição bolsonarista do dia 08 de janeiro, Múcio parece ter mudado a postura e subiu o tom com os militares.
Contudo, Mucio precisará deixar claro aos militares que eles não são uma 4º força da republica, mas sim uma instituição subordinada ao presidente da república, que como adorava repetir Bolsonaro, o “Imbrochável”, é o chefe supremo das forças armadas.
Ou seja, todos, absolutamente todas e todos os militares devem bater continência ao seu chefe, o presidente da república, no caso, Lula
Proposta de emenda constitucional do artigo 142
De acordo com coluna Painel, da Folha de S.Paulo, deputados petistas vão entrar com uma emenda com alterações no texto constitucional.
Entre as mudanças propostas estão a proibição de militares da ativa exercerem funções civis no governo, a restrição drástica de operações de GLO (Garantia da Lei da Ordem).
Além de uma redação mais clara do artigo 142, para que não haja distorções como as que tem acontecido a cerca um poder moderador das Forças Armadas.
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