O ministro do Desenvolvimento Social afirmou que haverá um período de retirada voluntária para usuários do Bolsa Família.
O ex-governador do Piauí, Wellington Dias, assumiu o cargo de ministro do Desenvolvimento Social, Família e Combate à Fome.
Em seu discurso, ele deu mais detalhes sobre a flexibilização do programa Bolsa Família no governo Lula. Entre outros pontos, ele mencionou uma espécie de licença voluntária.
Apesar de rejeitar o termo pente-fino, Dias disse que será preciso, sim, fazer algum tipo de reanálise no cadastro do CadÚnico.
Ele disse que as pessoas que não atenderem a todos os critérios do programa serão exclusos do benefício. Ele revelou, porém, que após o término desse prazo, o cidadão se retirará voluntariamente do projeto.
“Daremos às pessoas que não atendem aos requisitos a oportunidade de se retirarem voluntariamente do programa durante esse período. Pagaremos o benefício apenas para quem tem direito (de receber) por lei, de acordo com critérios sociais”, disse o ministro em seu discurso de posse.
Carteira assinada bloqueia Bolsa Família? Entenda
Embora enfatize que algumas pessoas podem até perder o benefício, Dias deixou claro que há casos de cidadãos que fazem o contrário.
São cidadãos que seguem todas as regras de entrada e não ganham nada. Sobre o assunto, ele disse que o novo governo preparará algum tipo de busca ativa.
“Mas vamos priorizar – e essa é a prioridade do presidente desde o primeiro momento – uma busca ativa em todos os cantos do Brasil, para que possamos trazer ao cartório pessoas que têm direito e não tiveram a oportunidade de conseguir o direito. ” ele disse.
Confira Documentação para o Bolsa Família
Nesse sentido, o novo ministro do Desenvolvimento Social disse que o governo terá que trabalhar na apresentação de documentos para grande parte da população.
Hoje, entende-se que parte dos cidadãos não consegue ingressar no CadÚnico justamente pela falta desses documentos.
“Trabalhar pela dignidade vai exigir um trabalho integrado em várias frentes. Pessoas que não possuem documentação: para a cidadania, essas pessoas não existem. Teremos que encontrar (pessoas) e garantir os prazos da documentação”, disse.
“E aqueles que não têm onde morar? O programa Minha Casa Minha Vida está de volta ao nosso país como política pública. Claro, o registro uniforme é uma prioridade. Portanto, o registro unificado deve refletir a verdade, a realidade.”
Ministério do Desenvolvimento Social
O Ministério do Desenvolvimento Social, Família e Combate à Fome foi um dos mais polêmicos deste novo governo Lula.
Existem muitas razões.
Em primeiro lugar, este é um dos componentes com maior orçamento do Planalto. Além disso, há também a questão da visibilidade política que esse cargo proporciona.
“Sei que parto do princípio de que o ministério é o coração do governo do presidente Lula. É o coração no sentido mais amplo da palavra. É o ministério dos mais necessitados. Da pobreza e da miséria, posso dizer que entendo por que vim daqui”, disse Dias.
“A missão é garantir o crescimento da classe média, como fizemos nos mandatos anteriores do presidente Lula e da presidente Dilma. Chegamos em 2014 com 54% da população economicamente ativa na classe média”, afirmou.