Um episódio do passado retorna a dar dor de cabeça a Mark Zuckerberg, dono da Meta.
Descubra o motivo da multa.
A Meta, empresa de tecnologia e mídias sociais, pagará US$ 725 milhões, equivalentes a uma multa de R$ 3,7 bilhões, para encerrar um processo que a acusava de compartilhar dados de usuários com a Cambridge Analytica, consultoria extinta em 2018.
A empresa britânica trabalhou na campanha vencedora do republicano Donald Trump à presidência dos Estados Unidos em 2016.
Na época, a Cambridge Analytica tinha acesso a informações de 87 milhões de pessoas que tinham perfil no Facebook.
O caso só veio a público há quatro anos, em 2018. Nesse mesmo ano, usuários californianos da rede social, um dos quais da Meta, iniciaram uma ação coletiva pelas violações de privacidade que o episódio representa.
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Meta paga R$ 3,7 bilhões: “o maior valor que o Facebook já pagou”
Advogados de cidadãos que se sentiram prejudicados pelo Meta acreditam que o acordo assinado na última quinta-feira (22) é o maior até agora em uma ação coletiva de proteção de dados.
Portanto, os defensores acrescentaram que a multa de R$ 3,7 bilhões é “o maior valor que o Facebook já pagou para encerrar uma ação coletiva”.
O acordo ainda precisa ser aprovado por um tribunal federal de San Francisco, onde o julgamento está pendente.
A Meta não admitiu irregularidades no acordo. Entretanto, a acusação alegou que a empresa enganou seus usuários fazendo-os acreditar que era capaz de manter o controle sobre seus dados – o que acabou sendo falso.
O que o Facebook declarou sobre a multa de R$ 3,7 bilhões
Para se defender, os advogados do Facebook argumentaram que aqueles que usam sua plataforma não têm legítimo interesse na privacidade relacionada a informações que compartilham nas redes sociais.
O juiz distrital Vince Chhabria discordou dessa visão.
Em 2019, ele permitiu que o processo avançasse. Entretanto, o porta-voz da Meta, organização presidida por Mark Zuckerberg disse, em comunicado, que a companhia buscou o acordo, que implicou na multa de R$ 3,7 bilhões.
Assim, por ser “o melhor interesse” de sua comunidade e acionistas.
“Nos últimos três anos, renovamos nossa abordagem à privacidade e implementamos um programa de privacidade abrangente.
Esperamos continuar a desenvolver serviços que as pessoas amam e confiam com a privacidade em primeiro lugar”, finaliza a declaração.
Recorde o caso da Meta
Em março de 2018, os jornais The New York Times e The Guardian publicaram a informação de que mais de 50 milhões de usuários da Meta tiveram dados utilizados.
A Cambridge Analytica os utilizou sem consentimento, a partir de um teste que circulava na rede.
Dessa maneira, tanto os dados de pessoas que participavam do experimento, quanto de amigos desses indivíduos, eram recolhidos pela consultoria.
O material incluía informações referentes às páginas preferidas desses usuários até suas localizações.
Essas informações colaboraram na construção de perfis psicológicos que ajudaram a campanha trumpista a criar propagandas individualizadas extremamente assertivas.