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Entenda o Bolsonarismo: Uma Análise da Psicologia das Massas e Servidão Voluntária

Decifrando o Bolsonarismo: Uma Perspectiva Freudiana
Decifrando o Bolsonarismo: Uma Perspectiva Freudiana

Com o rio de denúncias de corrupção e escândalos envolvendo o presidente Jair Bolsonaro nas manchetes dos principais jornais do país há um fato curioso, mas nem tão novo assim. Os seguidores do presidente, os bolsonaristas, parecem estar imunes a todas essas informações e continuam apoiando bolsonaro no que, para eles, se trata de um ataque orquestrado da imprensa contra o “maior símbolo do combate à corrupção”. Mas o que leva essas pessoas a ignorarem todas as provas e evidências apontando para uma direção contrária à que insistem em seguir?

A resposta para essa pergunta pode estar no livro “Psicologia das Massas”, de Sigmund Freud. Publicado em 1921, em um momento histórico caracterizado pela ascensão do fascismo e nazismo na Europa, Freud busca explicar como as massas se movimentam politicamente e de que maneira isso impacta socialmente.

Freud e a lógica bolsonarista

De acordo com a perspectiva freudiana, nazistas, fascistas e bolsonaristas operam dentro de uma lógica que organiza os laços sociais, “elegendo” um personagem – político ou religioso – como líder. Este líder é visto como infalível e, portanto, acima de qualquer suspeita. Práticas de rejeição e atos de violência para com os que pensam diferente são comuns nesta lógica.

O movimento das massas é realmente novo?

Segundo o historiador Mateus Roque da Silva, da Universidade Estadual de Campinas, o movimento irrefletido das massas não é, do ponto de vista histórico, uma novidade. Para ele, o bolsonarismo é uma réplica dos movimentos antidemocráticos do século XX, destacando o quão fácil é para uma pessoa comum tornar-se insensível e tomar parte em ações de ódio propagado, tudo sob o véu de um posicionamento ideológico.

Qual o papel da “Servidão Voluntária” no Bolsonarismo?

Étienne de La Boétie foi um filósofo que, no século XVI, cunhou o conceito de “servidão voluntária”, tentando explicar porque grandes massas apoiam tiranos. Em seus escritos, o filósofo propõe que o fato de muitas pessoas preferirem acreditar do que pensar pode levar a um tipo de paralisia cerebral, manifestando-se na defesa de ideias fixas e imutáveis. Esta observação parece especialmente relevante ao tentarmos compreender a perspectiva dos simpatizantes de Bolsonaro diante das denúncias de corrupção.

E quanto ao futuro?

Existe uma dificuldade em debater ou mesmo persuadir pessoas com pontos de vista arraigados. No entanto, é possível acreditar em uma sociedade democrática forte o suficiente para resistir a tentações autoritárias. Isso passa, principalmente, por uma educação de qualidade que forme cidadãos conscientes e capazes de defender a democracia em qualquer circunstância.