Um relatório recente da Organização das Nações Unidas (ONU) acendeu um sinal de alerta sobre o futuro de várias cidades costeiras ao redor do mundo, incluindo duas importantes metrópoles brasileiras. De acordo com o estudo, há uma ameaça iminente de que, até 2050, dez cidades globais possam enfrentar inundações permanentes, provocadas pela elevação do nível do mar e outras consequências das mudanças climáticas.
Este panorama alarmante inclui as cidades de Santos e Rio de Janeiro, que são essenciais não só para o Brasil, mas como importantes centros econômicos e culturais na América Latina. O documento é baseado em dados consolidados pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) e pelo Climate Impact Lab (CIL), e foi divulgado pouco antes da Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP28), programada para o final de 2023.
O que diz o relatório sobre as cidades brasileiras?
O aviso da ONU destaca que as inundações não são mais eventos distantes, e sim uma realidade que começa a tomar forma com mais intensidade e frequência. No Brasil, já se observam os sinais dessas mudanças, com recentes ondas de calor recordes e tempestades atípicas afetando diversas regiões do país. Estes eventos estão diretamente relacionados ao avanço das mudanças climáticas, que se manifestam também no aumento de riscos de submersão de áreas litorâneas densamente habitadas.
Quais são as outras cidades globalmente afetadas?
- Guayaquil (Equador)
- Barranquilla (Colômbia)
- Kingston (Jamaica)
- Cotonou (Benin)
- Kolkata (Índia)
- Perth (Austrália)
- Newcastle (Austrália)
- Sydney (Austrália)
Essas cidades, assim como Santos e Rio de Janeiro, representam importantes hubs econômicos e sociais em seus respectivos países e continentes. A projeção é que, se as emissões de gases de efeito estufa continuarem no ritmo atual, mais de 5% do território dessas cidades poderá ficar permanentemente submerso até o final deste século.
Quais são os impactos econômicos das mudanças climáticas nas cidades costeiras?
O relatório estima perdas econômicas significativas para as 22 maiores cidades costeiras da América Latina. O aumento do nível do mar e as inundações podem resultar em perdas econômicas de até US$ 1,2 bilhão para estas cidades até 2050. Esse impacto econômico pode desencadear retrocessos no desenvolvimento humano, afetando a infraestrutura e a qualidade de vida das populações locais.
Como podemos mitigar esses riscos?
A redução significativa na emissão de gases de efeito estufa é um dos principais passos que podem ser tomados para diminuir o risco de inundações futuras. Além disso, políticas de urbanismo sustentável e o fortalecimento das barreiras naturais como manguezais e recifes de coral são essenciais para proteger as regiões costeiras. Investimentos em infraestrutura resiliente, que possa suportar as condições extremas, também são medidas cruciais.
A adoção de estratégias urbanas anti-inundação, como infraestrutura verde, pavimentos permeáveis, zonas húmidas e projetos de adaptação baseada em ecossistemas (AbE), é fundamental. Essas práticas envolvem a colaboração entre governos, setor privado e comunidades locais para criar soluções eficazes e sustentáveis.
A conscientização e ação global, regional e local são fundamentais para enfrentar este desafio. O compromisso de governos, empresas e indivíduos com a sustentabilidade será decisivo para moldar o futuro das próximas gerações, garantindo que cidades importantes como Santos e Rio de Janeiro possam se adaptar e prosperar diante das adversidades impostas pelas mudanças climáticas.