De acordo com o senador Renan Calheiros (MDB-AL), a CPMI dos atos golpistas do 8 de janeiro pode discorrer para a confusão e consequentemente não ter o efeito que se espera para expor os bolsonarista que participaram e financiaram os atos de vandalismo.
Renan acredita que o clima da CPMI será o mesmo da terça-feira, 18, quando um grupo de deputados bolsonaristas invadiu uma reunião das lideranças do Senado.
Portanto, diante dessa questão, os parlamentares que atuaram durante a CPI da Covid-19 não estão muito animados com o possível desfecho da CPMI dos golpistas.
Assim, apesar do mesmo “time” de parlamentares ser o favorito do governo para estar a frente da CPMI, os senadores são estão muito animados.
O senador Humberto Costa (PT-PE) tem uma visão semelhante à de Renan: a de que esse formato misto, que conta com deputados e senadores, muito provavelmente vai descambar para embates pautados pelas redes sociais bolsonaristas.
Dessa forma, o principal foco da CPMI ficaria de lado, dando assim, quase nenhuma visibilidade a tema central da investigação, os atos golpistas do 8 de janeiro.
A CPI da Covid foi composta apenas por senadores, que seria o formato mais eficiente de acordo com os parlamentares.
CPMI dos atos golpistas não empolgam senadores da base do governo
Outros senadores que fizeram parte do time da CPI da Covid-19, também se manifestaram sobre a situação da CPMI dos golpistas.
Ainda que de forma reservada, os senadores disseram que até o momento a CPMI não parece tão promissora quanto a CPI da Covid-19.
Aquela sim conseguiu causar um grande estrago para o governo Jair Bolsonaro (PL), ao mesmo tempo que promoveu grupo junto à base de Lula (PT).
O senador Rui Costa fez uma comparação entre a comissão do 8/1 com a CPMI que tratou das fake news.
“Tenho minhas dúvidas se essa CPI vai conseguir ter relevância política. Estou achando ela mais com cara da CPMI das fake news, em que cada sessão era embate, briga, confusão, o pessoal só querendo fazer encrenca. Estou achando que vai se encaminhar mais para isso do que para o que foi a CPI da Covid, que tinha debate e investigação séria. Não sei se não vão entregar a relatoria para alguém desqualificado. Ainda estou analisando se vai valer a pena ou não”, afirma o ex-ministro da Saúde.
Já Renan, comentou sobre o clima da CPMI, que segundo ele, será semelhante ao da terça-feira, 18, quando um grupo de deputados bolsonaristas invadiu uma reunião das lideranças do Senado para exigir a criação da CPMI.
“Defendi a CPI pelo Senado, mas aí o governo entendeu que não seria o caso. Teríamos mais bom senso, serenidade, questionamento, complementação da investigação. A CPI mista geralmente tem temperatura elevada, do ponto de vista dos embates, e produz menos”, afirma.
Por fim, apesar dos pesares, Renan não descarta sua participação.
Apesar de uma CPMI ser algo que, segundo Renan, ninguém gosta de participar, é uma missão que deve ser aceita caso o partido solicite sua participação.
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