Durante uma reunião com oficiais militares, o comandante do Exército Tomás Miguel Paiva lamentou o resultado das eleições que deram vitória a Lula, afirmando que foi “indesejado”.
De fato, sua declaração causou repercussão nesta quinta-feira (01) e ele precisou entrar em contato com o ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, para prestar esclarecimentos.
Comodante do Exército se explica sobre o comentário
Em uma reunião com oficiais militares, o general declarou que o resultado das eleições que deram vitória a Lula foi “indesejado”, três dias antes de assumir o comando do Exército.
Dessa forma, ele afirmou que não era possível afirmar com certeza que houve irregularidades na eleição e que, infelizmente, o resultado foi contrário aos desejos da maioria.
A declaração foi gravada por um dos presentes na reunião e divulgada pelo Podcast Roteirices.
O comandante do Exército, Tomás Miguel Paiva, agora tenta explicar que seu objetivo era ressaltar a legitimidade da eleição. Sobretudo afirmar que não houve “qualquer tipo de irregularidade” na contagem dos votos. Em contraste com as afirmações do ex-presidente Jair Bolsonaro. Dessa maneira, na ocasião, o general também defendeu a democracia e ressaltou a importância de respeitar o resultado das urnas.
Tomás Miguel Paiva ficou preocupado com a repercussão de sua declaração e afirmou que ela foi “tirada de contexto”. Ele ligou para o ministro da Defesa para defender o objetivo da conversa com os militares e afirmou que não teve intenção de ofender Lula.
Tomás Miguel Paiva assumiu o posto de comandante do Exército 13 dias após os ataques golpistas ocorridos em 8 de janeiro.
Ele substituiu Júlio César de Arruda, que se recusou a cumprir a determinação do presidente Lula de revogar a nomeação do tenente-coronel bolsonarista Mauro César Barbosa Cid.
O novo comandante do Exército, Tomás Miguel Paiva, foi escolhido por sua boa relação tanto com os militares quanto com o Planalto, sendo próximo do vice-presidente Geraldo Alckmin.
Contudo, sua nomeação foi vista como uma tentativa de Lula de pacificar as tensões com as Forças Armadas, após os ataques golpistas ocorridos em 8 de janeiro.
Partido solidariedade espera espaço no Governo
O partido Solidariedade, que recentemente incorporou o Pros, está buscando um espaço no governo e ainda não teve nenhum nome confirmado para ocupar uma superintendência.
A princípio, o presidente do partido, Paulinho da Força, teve uma reunião com o ministro Alexandre Padilha e houve uma indicação de interesse. Porém, nenhum nome foi oficializado até o momento.
De acordo com fontes, o ex-deputado federal apresentou duas demandas: o comando do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae). E a indicação de sua correligionária, a ex-deputada federal Marília Arraes, para o comando da Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene).
Outros nomes também estão sendo cogitados, como o ex-governador de Pernambuco Paulo Câmara, que busca a presidência do Banco do Nordeste (BNB).
Além disso, o ex-presidente Lula pretende indicar a ex-presidente Dilma Rousseff (PT) para um cargo no Novo Banco de Desenvolvimento (NBD), banco do Brics. Essa indicação faz parte da estratégia de Lula. De resgatar a imagem da ex-presidente após o processo de impeachment que a afastou do Palácio do Planalto.