Sabemos que a pandemia da Covid-19 deixou diversas consequência em todo o mundo. E de fato, compradores observaram um aumento geral nos preços dos carros, sejam eles, novos, seminovos ou usados. Esse reajuste se deve por diversos fatores: crise na fabricação de semicondutores, alta demanda por chips e outros componentes, inflação e valorização do dólar. Dessa forma, muitos podem ter a dúvida. Os preços dos carros vão subir em 2023?

Alta no preço dos carros

Em primeiro lugar, o aumento dos custos para comprar um veículo não é um fenômeno regional ou particular do Brasil.

Sobretudo, em dezembro de 2021, nos Estados Unidos percebeu-se um aumento do preço médio dos veículos novos de 14% em relação a 2020.

Por conta da desaceleração da produção de automóveis por conta da pandemia da Covid-19, as montadoras de carros demandaram menos das produtoras desses insumos. Os semicondutores são utilizados, também, para a produção de chips de eletroeletrônicos.

Logo, com a pandemia, houve uma elevação da demanda por esse tipo de produto devido ao isolamento social.

Dessa forma, o principal suprimento para fabricação de carros ficou insuficiente pelos anos seguintes, o que promoveu, até 2022, a diminuição na produção e o aumento dos preços.

Todavia, os semicondutores não são os únicos. Nota-se uma inflação geral no preço de insumos, associada a fatores que vão até a invasão da Ucrânia, impactaram toda a cadeia produtiva.

Por que do aumento no preço dos seminovos?

As vezes nos indagamos, se o veicula já estava pronto o porque ouve tanto aumento? Devido a uma diminuição na oferta por carros novos, aumentou a demanda da população por carros usados. Esse movimento tem um efeito no preço dos seminovos, que passam a custar mais caro.

Atrelando a isso, o aumento dos juros no país traz um efeito associado para a compra de seminovos, devido às taxas para financiamento mais altas.

Porém, apesar de ter um grande aquecimento do mercado de usados em 2021, em 2022 foi registrada uma queda na comercialização desses veículos. O número foi 12% menor, caindo de 15.106.724 para 13.297.958 unidades comercializadas, conforme a Federação Nacional das Associações dos Revendedores de Veículos Automotores (Fenauto).

Como fica o preço dos carros em 2023?

Supostamente, hoje existem indicativos de que o preço dos carros deva voltar a se estabilizar.

Mediante a da crise de semicondutores ainda ter um fim incerto, a indústria brasileira mostra sinais de normalização.

Sendo assim, espera-se que haja uma normalização na produção de automóveis, o que tem impacto tanto no preço de novos quanto de seminovos e usados.

No início de 2022, a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) havia previsto um aumento na produção de 4%. Ao fim do ano, a expectativa foi superada, com 5,4% no aumento de unidades deixando as montadoras.

Ainda de acordo com a Associação, a projeção para o ano de 2023 é que continue em alta. Além de uma previsão de 2,2% de aumento da produção, as licitações devem subir 3%, espera a Associação.

Redução no preço dos carros usados

Diante de todo esse cenário, a queda nos valores de veículos deve ser global.

Segundo informações do levantamento do J.P Morgan, após atingir os maiores valores em 2022, os carros usados devem registrar diminuição de 10% a 20% no ano nos Estados Unidos.

Estima-se que no Brasil, a melhora na produção dos carros 0km puxe o preço dos seminovos e usados para baixo. A tendência é sempre de que esses dois valores se acompanhem na variação.

Contudo, mesmo que a previsão não seja de uma redução considerável nas taxas de juros, que tem impacto direto nos valores de financiamentos, carros seminovos e usados têm a tendência de queda de valor proporcionalmente maior a dos 0km.

Por fim, a busca e a oferta de veículos novos tende a se estabilizar, é provável que haja um aumento considerável na categoria de usados.