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Carros elétricos: por que a China está na frente do Brasil?

China lidera mercado de carros elétricos no Brasil em 2024
China lidera mercado de carros elétricos no Brasil em 2024 Créditos: depositphotos.com / kasto

O primeiro semestre de 2024 foi marcante para o mercado automotivo brasileiro. A China conseguiu quebrar recordes ao vender mais de 62 mil carros elétricos no país. Esse impressionante número representa 91,4% do total de automóveis elétricos importados durante esse período, de acordo com dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic).

Em um distante segundo lugar, encontra-se Hong Kong, que vendeu 4 mil unidades para o Brasil. Para efeito de comparação, no mesmo período de 2023, a China havia negociado modestos 863 carros elétricos com o mercado brasileiro. Este salto expressivo demonstra a crescente liderança da China em tecnologia de eletrificação automotiva.

Como a China lidera em tecnologia de eletrificação?

O total de veículos elétricos importados da China somou um valor impressionante de US$ 1,2 bilhão, representando 88,7% do total importado pelo Brasil. Segundo Ricardo Bastos, diretor da GWM e presidente da Associação Brasileira do Veículo Elétrico (Abve), a China lidera indiscutivelmente em tecnologia de eletrificação.

“Em um primeiro momento, os veículos são importados, a tecnologia é importada até pela necessidade de apresentar essa tecnologia ao consumidor local”, explicou Bastos. Ele prevê que, a partir de 2025, a GWM começará a fabricar carros elétricos no Brasil.

Por que a China domina o mercado brasileiro de carros elétricos?

A liderança da China não se resume apenas à tecnologia. O país também liderou a venda total de veículos no Brasil no primeiro semestre de 2024, com 129 mil unidades, correspondendo a 57,5% dos automóveis importados no período.

Além de carros elétricos, a China domina o mercado de veículos híbridos, superando até a Argentina, que era a maior vendedora até 2023. Este domínio chinês é sustentado por:

  • Investimentos substanciais: A chinesa BYD investiu R$ 5,5 bilhões para estabelecer três fábricas em Camaçari, na Bahia, com previsão de produzir até 150 mil veículos por ano.
  • Distribuição eficiente: A infraestrutura de distribuição chinesa tem melhorado a disponibilidade desses veículos no Brasil.

Impacto do aumento do imposto de importação dos carros

Apesar de todo o sucesso, o mercado brasileiro de carros elétricos enfrenta desafios. A partir de julho de 2024, a alíquota do imposto de importação sobre carros elétricos aumentou de 10% para 18%. Este aumento pode dificultar o crescimento desse segmento no Brasil.

Ricardo Bastos comentou: “O aumento do imposto de importação impactou de forma negativa as importações”. Apesar deste obstáculo, ele permanece otimista: “Estamos esperando que, até 2030, a venda de eletrificados como um todo represente um terço do mercado brasileiro.”

Quais são as perspectivas futuras para o mercado de carros elétricos no Brasil?

A perspectiva para o futuro é promissora. O Brasil está se preparando para não ser apenas um importador, mas também um produtor robusto de carros elétricos. Com a previsão de iniciar a produção local a partir de 2025, a expectativa é que a eletrificação no mercado automotivo brasileiro continue crescendo substancialmente.

Fatores que prometem influenciar o crescimento contínuo

  • Aumento da produção local: Empresas como GWM estão planejando começarem sua produção local, aumentando a disponibilidade e subsidiando os custos para o consumidor final.
  • Investimentos significativos: A exemplo da BYD, grandes investidores estão apostando no mercado brasileiro, o que deve criar um ambiente favorável para o crescimento.
  • Legislação e incentivos: Políticas governamentais voltadas para a sustentabilidade podem favorecer a expansão do mercado de veículos elétricos.

Portanto, apesar dos desafios como o aumento de impostos, o futuro do mercado de carros elétricos no Brasil parece brilhante, movido pela inovação e liderança tecnológica da China.