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Bolsonaro, as Joias das Arábias e os militares

Bolsonaro, as Joias das Arabias e os militares
Bolsonaro, as Joias das Arabias e os militares

Entre os argumentos usados pelos defensores 21 anos de chumbo (1964 -1985) vividos pelo Brasil após o golpe militar de 64, está a falácia da prosperidade econômica e o fim da corrupção, proporcionada pela gestão dos militares no poder.

Essa imagem construída sobre a eficiência, honestidade e patriotismo dos militares nunca passou de uma grande mentira embutida na cabeça dos brasileiros(a) e o caso das Joias das Arábias para Michelle é um exemplo mais recente disso.

Bolsonaro, que também é militar, envolve diretamente no mínimo 7 militares das 3 Forças (exército, marinha e aeronáutica), além de aviões da Força Aérea Brasileira (FAB) na tentativa tresloucada de recuperar as joias.

Que de acordo com o almirante da Marinha e ex-ministro de Minas e Energia Bento Albuquerque, seriam para Michelle Bolsonaro.

O almirante Bento, foi quem articulou a entrada das joias ilegalmente no Brasil, ao recebê-las na Arábia.

Para entrar com as Joias no país sem as declarar, Bento deu um dos estojos com joias para tenente do Exército Marcos Soeiro, seu assessor.

O outro estojo contendo mais joias, ao que tudo indica, entrou com o próprio almirante da marinha, Bento.

Na hora de passar pela alfandega, tanto Bento como Soeiro, informaram que não tinham nada de valor da declarar.

Soeiro, que estava com as joias mais preciosas de bandeira e foi selecionado para passar pela revista da Receita Federal.

Caiu com joias milionário estimadas em R 16,5 milhões.

Enquanto Bento passou sem ser incomodado, muito provavelmente com a outra caixa de joias, que como se sabe, está sob posse de Bolsonaro.

As joias foram, segundo Bento, presentes da ditadura petrolífera e genocida da Arábia Saudita para Michelle Bolsonaro.

Joias das Arábias e a tentativa dos militares carteirada na Receita Federal

De acordo com o professor de história Pedro Henrique Pedreira de Campos, da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, pesquisador e autor do livro Estranhas Catedrais” (Eduff, 2014):

“A ditadura militar foi um celeiro de corrupção”, garantiu o historiador

Pedreira pesquisa justamente sobre os casos de corrupção envolvendo militares durante a ditadura militar.

E ao que tudo indica, esse habito de corrupção, autoritarismo e carteiradas ainda está muito vivo entre os militares, das 3 Forças.

Após as joias serem apreendidas pela Receita Federal, Bolsonaro tentou resgatá-las simplesmente 8 vezes.

E para tal, envolveu 3 ministérios e mais militares.

Agora foi a vez de José Roberto Bueno Junior, Contra-almirante da Marinha e então chefe de gabinete de Bento Albuquerque entrar em cena.

Bueno, assinou os ofícios da pasta tentando liberar as joias apreendidas em Guarulhos.

Joias na Receita Federal em Guarulhos

Enquanto que o então ajudante de ordem de Bolsonaro, o tenente-coronel do Exército Mauro Cid, enviou o primeiro-sargento da Marinha, Jairo Moreira da Silva, em avião da FAB para tentar retirar as joias apreendidas no aeroporto de Guarulhos.

Posteriormente, o segundo-tenente do Exército, Cleiton Henrique Holzschuk, assessor de Mauro Cid, enviou ofício do departamento pedindo a liberação das joias para o ex presidente.

Por fim, entrou em ação Júlio Cesar Vieira Gomes, ex-oficial da Marinha do Brasil e então chefe da própria Receita Federal nomeado por Bolsonaro.

Júlio Cesar atuou diretamente para tentar liberar as joias, a pedido do então presidente Bolsonaro.

Já não bastasse os danos causados a imagem dos militares por conta do caso Pazuello e a incompetente logística do exército na entrega das vacinas durante a pandemia, esse caso das joias das Arábias caiu como uma bomba no alta escalão das Forças.

É um dano irreparável a imagem das Forças Armadas, mas que aparentemente não incomoda os militares, visto que a Marinha e o exército não vão apurar o comportamento dos agentes.

Ou seja, a preocupação com a opinião pública, ou seja, dos civis que pagam os seus salários, é mínima. Se é que há alguma.

Militares envolvidos no Caso das Joias das Arábias para Michelle Bolsonaro

– Bento Albuquerque: Almirante de esquadra da Marinha e ex-ministro

liderou a comitiva que tentou entrar com as joias irregularmente no Brasil.

– Marcos André dos Santos Soeiro: Primeiro-tenente da Marinha e ex-assessor de Bento

Foi quem teve as joias apreendidas em Guarulhos, ao tentar entrar no país sem declarar que estava com os presentes

– José Roberto Bueno Junior: Contra-almirante da Marinha e foi chefe de gabinete de Bento Albuquerque

Assinou os ofícios da pasta tentando liberar as joias apreendidas em Guarulhos.

– Mauro Cid: Tenente-coronel do Exército e ex-ajudante de ordem de Jair Bolsonaro

cumpriu a ordem de Bolsonaro e enviou um emissário em avião da FAB para tentar retirar as joias apreendidas no aeroporto de Guarulhos

–  Jairo Moreira da Silva: primeiro-sargento da Marinha.

Foi o emissário enviado por Bolsonaro até Guarulhos, para tentar retirar as joias dos cofres da alfândega

– Cleiton Henrique Holzschuk

Segundo-tenente do Exército, era assessor do Ajudante de Ordens do Gabinete Pessoal do Presidente da República e enviou ofício do departamento que pedia a liberação das joias para o presidente.

– Júlio Cesar Vieira Gomes

Ex-oficial da Marinha do Brasil, era o secretário que comandava a Receita Federal na gestão Bolsonaro e atuou diretamente para tentar liberar as joias, sob orientação do presidente

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