Em uma recente entrevista concedida em Milão, o ex-presidente do Brasil, Michel Temer, direcionou suas palavras para rechaçar as acusações sobre o impeachment de Dilma Rousseff, da qual ele se tornou beneficiário ao assumir como presidente. Segundo notícias veiculadas pelos meios de comunicação, Temer nega veementemente que o impeachment tenha sido um golpe.
Em meio a uma situação política ainda fervilhante, o ex-presidente mantém-se firme em sua posição e rejeita a retórica do partido PT e de outras legendas de esquerda sobre a derrocada de Dilma. Ele também se posicionou contra uma recente declaração do presidente Lula, que propõe manter o sigilo de voto dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).
Temer tem uma explicação para a tese do golpe ?
Com uma expressão segura, Temer direciona às alegações de um golpe no impeachment de Dilma uma crítica aos poucos que, segundo ele, não leem a Constituição. “A Constituição diz que, se o presidente é afastado, assume o vice. Golpe haveria se tentassem fazer com que o vice-presidente não assumisse”, esclareceu.
Dilma foi inocentada pelo TRF?
No final de agosto, o TRF-1 em Brasília manteve por unanimidade o arquivamento da ação de improbidade contra Dilma referente às “pedaladas fiscais”. Para Temer, Dilma não foi inocentada. Ele explica que crimes de responsabilidade política e o processo jurisdicional são coisas distintas, e é preciso examiná-los separadamente.
Temer critica proposta de voto sigiloso no STF
Temer mostrou-se descrente com a sugestão de Lula sobre manter em sigilo o voto dos ministros do STF, alegando a inviabilidade de tal proposta. Segundo ele, a Constituição prega a publicidade de todos os atos públicos, tornando inconstitucional uma decisão desse tipo.
Ele também manifestou seu respeito à decisão do ministro do STF, Dias Toffoli, em anular todas as provas obtidas a partir de delações da Odebrecht e considerar a prisão de Lula um dos maiores erros judiciários da história do país, sem se propôr a julgar tal veredito.
A fim de pacificar o país, ele ressalta, citando Gandhi e Mandela, a necessidade do atual presidente da República trabalhar em conjunto com o Congresso Nacional. Essa cooperação seria especialmente importante no cenário de mudanças ministeriais que o país vivencia.