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STF autoriza quebra de sigilo de Bolsonaro e aliados em investigação de vendas de presentes oficiais

STF autoriza quebra de sigilo bancário
STF autoriza quebra de sigilo bancário

O Supremo Tribunal Federal, através do ministro Alexandre de Moraes, emitiu uma autorização para um pedido de cooperação internacional realizado pela Polícia Federal. Tal cooperação visa solicitar aos Estados Unidos a quebra de sigilo bancário de indivíduos potencialmente envolvidos em um caso de vendas de joias e presentes oficiais. Esta informação veio à tona nesta quinta-feira, 17.

Entre os indivíduos cujas contas estão na mira da PF estão o presidente Jair Bolsonaro, Mauro Cid; tenente-coronel e ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, Mauro Lourena Cid; general e pai de Mauro Cid, bem como Frederick Wassef, advogado que já representou a família Bolsonaro em diversos processos.

Initativas da Polícia Federal

Os esforços da PF vão além. A Polícia Federal também solicitará ao Federal Bureau of Investigation – FBI auxílio na investigação de estabelecimentos comerciais onde presentes dados ao governo brasileiro em viagens oficiais foram subsequentemente vendidos.

A aquisição do Rolex

A investigação conduzida pela PF revelou uma ocorrência envolvendo um relógio da marca Rolex, recebido por Bolsonaro numa viagem oficial à Arábia Saudita em outubro de 2019. Segundo a apuração, o relógio foi revendido pelo General Cid nos Estados Unidos, sendo posteriormente comprado novamente por Wassef após uma ordem do Tribunal de Contas da União que determinava a devolução dos itens ao Estado.

O Rolex foi recomprado em 14 de março de 2023 por Wassef, que regressou ao Brasil 15 dias depois. No dia 2 de abril, Mauro Cid (pai) encontrou-se com o advogado em São Paulo e reavendo a posse do valioso relógio. No mesmo dia, o general viajou a Brasília para entregar o relógio ao segundo-tenente do Exército, assessor de Bolsonaro.

O vínculo financeiro

Mauro Cid, o general, ao vender o Rolex e outro relógio para a empresa Precision Watches, situada na cidade de Willow Grove, na Pensilvânia, obtivera um total de 68 mil dólares. A Polícia Federal conseguiu rastrear o comprovante de depósito, realizado através da instituição financeira Capital One, em 13 de junho de 2022. Na data do pagamento, o valor correspondia a quase 347 mil reais.

Um relato da Polícia Federal aponta uma coincidência: no dia 12 de junho de 2022, véspera da venda dos relógios, Mauro Lourena Cid enviou à Mauro Cid mensagens contendo exatamente os mesmos dados bancários da conta beneficiária do valor obtido com a venda dos relógios.

Diante dessas investigações, a PF, com auxílio do FBI, também procura elucidar a origem dos recursos que foram utilizados por Wassef para adquirir novamente o relógio.