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Deputado Ricardo Salles recua e desiste de prorrogar CPI das invasões do MST após mudanças políticas

Mudanças no Centrão balançam a CPI do MST
Mudanças no Centrão balançam a CPI do MST

Em uma revira-volta na política brasileira, o deputado Ricardo Salles (PL-SP), relator da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga as invasões do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), decidiu não solicitar a prorrogação do prazo da comissão, que estava prevista para terminar em setembro de 2023.

Esta decisão inesperada ocorre após alguns partidos do Centrão atenderem ao apelo do Líder do Governo na Câmara, Zé Guimarães (PT-CE), substituindo os integrantes de oposição ao presidente Lula por nomes mais “pragmáticos”.

O que essas mudanças na CPI do MST significam?

As substituições feitas pelas bancadas do PP, Republicanos e União Brasil, mudaram a face da comissão. Antes dominada pela oposição, a CPI do MST adota agora um perfil mais centralizado. Tudo indica que essas mudanças podem minimizar o desgaste que o governo vinha enfrentando desde o início da investigação. Especula-se que as três bancadas estejam em negociações para entrada no Executivo.

Salles, no entanto, rotulou esta manobra como uma “clara arregimentação de partidos que estão negociando espaços no governo”. Em contrapartida, Guimarães afirmou que a ação para a substituição dos membros da CPI partiu de sua própria iniciativa, depois que a comissão “passou do limite”.

Por que Salles desistiu da prorrogação da CPI do MST?

A última gota d’água para Salles, de acordo com informações do próprio deputado, foi o cancelamento da convocação do Ministro da Casa Civil, Rui Costa, pelo presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), para depor à comissão. Salles pretendia estender a CPI por mais 60 dias. Constituída no dia 23 de maio de 2023, a CPI do MST tem duração de 120 dias e estava projetada para finalizar em setembro do mesmo ano.

Em suas palavras, o deputado declarou: “Diante dessas manobras regimentais e a clara arregimentação de partidos que estão negociando espaços no governo, claramente não é mais o caso de prorrogar a CPI. Não podemos querer prorrogar algo cujas pernas foram amputadas.”.