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Embate político entre Lula e Arthur Lira ameaça âncora fiscal e esquenta política brasileira

O Jogo de Poder entre Lula e Lira
O Jogo de Poder entre Lula e Lira

O embate político entre o presidente Lula e o presidente da Câmara, Arthur Lira, se intensifica e começa a sinalizar preocupações para a área econômica do governo. Afinal, Lira almeja obter ministérios para o Centrão e garantir seu sucessor na presidência da Câmara, já Lula visa garantir uma sólida margem de apoio no Congresso, com o objetivo primordial de aprovação da âncora fiscal.

Ambos estão dispostos a testar suas forças políticas e não hesitarão em embaçar seus oponentes. Trata-se de uma batalha que pode culminar em altos custos não apenas no presente, mas muito provavelmente no futuro – como bem ilustram os precedentes de situações similares, como a vivida por Dilma Rousseff e Eduardo Cunha.

Como está o clima entre Lula e Arthur Lira?

No momento, uma reunião entre Lula e Lira vem sendo sistematicamente adiada. Sempre programada para o próximo dia, nunca acontece. Porém, em uma recente posse do Ministro do Turismo, os dois depararam-se, mas mesmo assim, a conversa tão aguardada não ocorreu.

Lira afirma que Lula “está no tempo dele”, fazendo referência ao planejamento de Lula em realocar o PP e Republicanos na estrutura governista.

Quais são as implicações para âncora fiscal?

Por outro lado, Lira também parece estar avaliando o timing certo para pautar a âncora fiscal, elemento de tensão atual na queda de braço para adquirir poder político. Recentemente, ele negou a inclusão do projeto na pauta, alegando a falta de consenso.

A mudança na delimitação do prazo para cálculo da inflação para o Orçamento do próximo ano está no cerne deste drama fiscal. O projeto original do governo previa inflação realizada de janeiro a junho, com projeção de média até dezembro de 2023. No entanto, a Câmara modificou para inflação de junho de 2022 a junho de 2023. O Senado, por sua vez, voltou à proposta governista. E assim, a Câmara detém a faca e o queijo para decidir, o que causa um grande desconforto para Lula e a área econômica do seu governo.

Qual pode ser o desfecho desse impasse político?

Essa nova delimitação de tempo proposta pela Câmara poderia retirar aproximadamente R$ 30 bilhões do Orçamento de 2024. A própria Ministra Simone Tebet, do Planejamento, já demonstrou sua preocupação com esta grande oscilação nas estimativas orçamentárias. Para além desta quantia significativa, há a questão prática: rever todas as prioridades definidas para diferentes áreas exigiria um esforço imenso, gerando uma possível crise. Agora, só nos resta esperar para ver quem levará a melhor nesta queda de braços entre Lula e Lira.