O estrago que o time de senadores que esteve a frente da CPI da Covid-19 conseguiu causar ao governo Bolsonaro (PL) foi levado em consideração pela base do governo Lula (PT) para considerar o mesmo time de senadores para coordenar a CPMI dos atos golpistas do 8 de janeiro.
De acordo com os parlamentares da base governista, a ideia é colocar os senadores mais experientes para que o governo não seda a narrativa da CPMI para os bolsonaristas.
Assim, seria possível neutralizar essa narrativa da oposição que tenta colocar a vítima, no caso o governo, como responsável.
A saber, a narrativa dos bolsonarista é na linha daquela que culpa uma mulher vítima de estupro, porque ela estava usando um shortinho.
Depois de três adiamentos e muita pressão da oposição para o início da CPMI, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), se comprometeu a ler o requerimento de instalação da comissão na próxima sessão do Congresso, em 26 de abril.
Portanto, se partirmos da lógica do governo, os senadoes que irão representar o governo na CPMI dos golpista devem ser:
– Renan Calheiros (MDB-AL)
– Omar Aziz (PSD-AM)
– Randolfe Rodrigues (Rede-AP)
– Humberto Costa (PT-PE)
A saber, na CPI da Covid-19, durante o ano de 2021, o senador Aziz foi o presidente, enquanto Randolfe assumiu a vice-presidência.
Já o senador Renan Calheiros foi ralator e Humberto foi membro-titular.
Governo quer comandar CPMI dos golpistas de 8 de janeiro
De acordo com o deputado federal Lindbergh Farias (PT-RJ), vice-líder do governo no Congresso, os aliados do presidente Lula (PT) vão entrar na briga também pela presidência e relatoria da CPMI dos golpistas de 8 de Janeiro.
Contudo, os cargos serão decididos a partir de uma negociação com Arthur Lira (PP-AL), o todo poderoso presidente da Câmara dos Deputados.
Caso não haja acordo, uma votação decidirá quem será o presidente, por isso, o tamanho dos blocos é importante para determinar a composição da mesa.
“Há uma maioria do governo. A presidência vai ser do bloco governista, e o relator, também”, afirmou Farias, em coletiva de imprensa nesta quinta (20). “Vamos investigar, pegar financiadores, e vamos atrás dos autores intelectuais dos atos”, afirmou o deputado.
Segundo os cálculos de Farias, a situação do governo é mais confortável no Senado do que na Câmara dos Deputados.
Visto que os blocos que apoiaram Pacheco na reeleição à presidência da Casa, conseguiram deixar de lado a oposição das presidências das comissões.
Já na Câmara, a situação é outra, mesmo com o “superbloco” de Lira, que tem com o objetivo de garantir a governabilidade de presidente Lula.
Esse “superbloco” criado por Lira, conta com 172 deputados de partidos tanto da base do governo, quanto do centro e de direita, como o MDB e o Patriota.
Oposição também quer relatoria e presidência
Pela oposição, chega até a ser cômico a situação, visto que um dos dois nomes possíveis para assumir o protagonismo da CPMI, está o deputado federal André Fernandes (PL-CE).
Contudo, o próprio Fernandes, que é o autor do requerimento de criação da CPMI, é investigado no Supremo Tribunal Federal (STF) por possível envolvimento nos próprios atos golpistas do 8 de janeiro.
Por conta disso, a base do governo vai questionar a participação de Fernandes na CPMI.
Enquanto que o outro nome da oposição pretende emplacar como presidente da Comissão é o do senador Marcos do Val (Podemos-ES).
Duval faz barulho desde o dia seguinte aos atos golpistas
“Preciso da força de todos os patriotas para que os senadores me escolham como o relator da CPMI”, declarou Do Val.
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