Os trabalhadores do Brasil foram surpreendidos pelo valor do rendimento que deveriam ter recebido em fevereiro deste ano. Conforme divulgado pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), o salário mínimo ideal seria de R$ 6.547,58, um valor 5,10 vezes maior que o atual piso nacional de R$ 1.302.
Contudo, mesmo com a promessa do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de aumentar o salário mínimo para R$ 1.320 em 2023, o valor ainda está bem distante do que seria considerado ideal pelo Dieese. Dessa forma, os trabalhadores brasileiros almejam uma remuneração que possa atender a todas as necessidades básicas de suas famílias, incluindo alimentação, saúde, educação, lazer e outros fatores importantes. Infelizmente, o salário mínimo no país ainda está abaixo do necessário para suprir essas necessidades.
Veja um comparativo entre o salário mínimo ideal com a cesta básica
Sobretudo, o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) publica mensalmente uma pesquisa sobre a variação dos preços dos produtos que compõem a cesta básica. Então, com base nesses dados, a entidade calcula o valor ideal para o salário mínimo que seria capaz de suprir as necessidades da população, levando em consideração o valor da cesta básica mais cara do país no mês em questão.
A cesta básica é composta por um conjunto de alimentos essenciais para as refeições de uma pessoa adulta durante um mês.
Portanto, o Dieese considera uma família composta por dois adultos e duas crianças para calcular o valor ideal do salário mínimo.
Desde 1938, existe uma lista que define os 13 itens básicos que são essenciais para a sobrevivência de uma família, sendo essa lista regulamentada por meio de um decreto. Veja abaixo quais são esses itens:
- Carne;
- Leite;
- Feijão;
- Arroz;
- Farinha;
- Batata;
- Legumes;
- Pão;
- Café;
- Frutas;
- Açúcar;
- Óleo;
- Manteiga.
Realidade
O Dieese realizou um levantamento em fevereiro para estimar qual deveria ser o salário mínimo do país com base na cesta básica mais cara. São Paulo teve a cesta mais onerosa, custando R$ 779,38. Enquanto que em 13 das 17 capitais pesquisadas houve uma redução no preço da cesta básica.
O estudo comparou o valor da cesta básica com o salário mínimo líquido, considerando os descontos referentes à Previdência Social de 7,5%. A cesta básica correspondeu a 59,9% do salário mínimo nacional vigente de R$ 1.302, o que significa que um trabalhador que recebia o piso salarial e morava em São Paulo teve que gastar mais da metade do seu salário para adquirir uma cesta básica.
Além disso, o levantamento mostrou que um trabalhador em São Paulo precisou trabalhar 131 horas e 41 minutos em fevereiro para comprar os produtos da cesta básica. A média nacional foi de 114 horas e 38 minutos, e em Aracaju, onde a cesta básica foi a mais barata do país, o trabalhador precisou trabalhar 93 horas e 26 minutos para adquirir os produtos.
A cesta básica mais barata do país em fevereiro foi a de Aracaju, com um valor de R$ 552,97. Se essa tivesse sido a cesta básica mais cara do país, o salário mínimo deveria ter sido de R$ 4.645,51, um valor menor em comparação com a cesta básica de São Paulo, mas ainda muito superior ao salário mínimo nacional vigente.