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Novo comandante revela interferência política de Bolsonaro no exército

Comandante revela interferencia de Bolsonaro
Comandante revela interferencia de Bolsonaro

O general Tomás Ribeiro Paiva foi meado no dia 21 de janeiro pelo presidente Lula (PT) como novo comandante do exército.

Tomás, pelo menos em vídeo publicado na internet e pelos veículos de comunicação, defendeu a vitória de Lula diante de Bolsonaro (PL) nas eleições de 22.

Agora, circula pelas redes grupos de whatsapp de militares um áudio no qual o comandante Tomás afirma que Bolsonaro interferiu politicamente no exército.

A saber, no áudio, Paiva afirmou a subordinados que o governo de Jair Bolsonaro (PL) interferiu em diversos momentos na Força e que, dentro dos quartéis, a política criou “desgastes” para os militares.

As declarações são dia 18 de janeiro, durante reunião com outros militares.

O fato ocorreu apenas 3 dias antes do presidente Lula exonerar o então comandante do exército, Júlio César de Arruda, aliado de Bolsonaro e muito provavelmente um dos colaboradores do 8 de janeiro.

Todavia, a gravação do áudio onde Tomás revela a interferência de Bolsonaro, foi sem autorização e posteriormente entregue ao Podcast Roteirices.

Comando do exército revela interferência politica de Bolsonaro

“Algumas interferências do governo, direta, na área militar. ‘As novas motociatas do presidente Bolsonaro serão na Aman’, isso foi noticiado. Não ocorreu porque os nossos comandantes, nossos generais, conseguiram convencer o [ex-]presidente [Bolsonaro] que não era uma coisa adequada ter uma motociata, que é um ato político de apoio ao presidente, dentro da academia militar”, disse Tomás.

Ademais, Tomás ainda comentou que o período que os comandantes das Forças costumavam ficar na função era de quatro anos.

Enquanto que no governo Bolsonaro houveram três trocas na chefia do Exército, por conta das interferências do ex-presidente.

“No governo passado tivemos uma coisa pouco usual que foram as três mudanças de comandantes de Força. Passamos pelo general Pujol, depois o general Paulo Sérgio e depois o general Freire Gomes. Não deu para completar o tempo de quatro anos, que tinha sido normal em todos os governos. Esse é o contexto que estou mostrando para vocês do que ocorreu”, completou.

Outra situação criticada por Tomás foi a inesperada mudança de última hora do desfile do 7 de Setembro no Rio de Janeiro.

Á época, Bolsonaro determinou a mudança às pressas do desfilo militar para o bairro de Copacabana, onde já estava marcada uma manifestação de apoio à sua reeleição.

“Eu estou colocando [as notícias] porque houve diversos pontos de interferência política dentro de temas que são militares.”

Até o Pazuello sambou na fala do Tomás

No áudio que tem cerca de 50 minutos, Tomás afirma reclama da a postura Eduardo Pazuello, que, ainda general da ativa, participou de motociata ao lado de Bolsonaro.

“O comandante resolveu entregar o FATD [Formulário de Apuração de Transgressão Disciplinar], o general respondeu e […] o pessoal considerou que a transgressão estava justificada. É muito difícil para um comandante [militar de área] criticar a decisão dele [comandante do Exército]. Eu posso até falar para ele o que eu penso, mas a decisão está tomada”, disse.

“A gente tem que perdoar o pecador, mas tem que mostrar que o pecado aconteceu. Não pode aceitar o pecado, o erro. O erro aconteceu”, concluiu.

Tomás também fez menção a participação de Bolsonaro durante um evento da Aman (Academia Militar das Agulhas Negras) em 2014.

Na época, Bolsonaro era dep. federal e usou o evento para se promover diante dos militares e anunciar o interesse em disputar a eleição de 2018.

À época, Tomás era o comandante da Aman. A conversa foi parar nas redes sociais de Bolsonaro.

“Ele era deputado federal, certo, e ele sempre comparecia nos eventos e foi recebido, conhece a academia, foi aspirante, sabe onde os cadetes ficam concentrados antes de entrar”, disse.

“Eu não estava lá. Estava no Hotel de Trânsito recebendo as autoridades e ele foi ali, foi indo, foi indo, chegou nos aspirantes, falou e aquilo ali foi filmado e virou um ‘start’ da campanha dele”, completou.

Por fim, para mais notícias sobre a família Bolsonaro, clique aqui.