Na terça-feira, 28, a PGR (Procuradoria Geral da República), pediu ao STF (Supremo Tribunal Federal), a permanência de prisão de Anderson Torres, ex ministro da Justiça do governo Bolsonaro, que está preso desde o dia 14 de janeiro por suspeitas de conivência com os atos golpistas do 8 de janeiro.
Quando foi preso, Anderson Torres era Secretário de Segurança Pública do Distrito Federal e apesar de ter acabado de assumir o cargo, estava de férias nos Estados Unidos.
E ao que tudo indica, se divertindo ao lado de Bolsonaro ao assistirem juntinhos a insurreição golpistas dos fanáticos adoradores do ex presidente no 8 de janeiro.
A PGR manifestou em sua solicitação que Anderson sabia dos riscos dos atos criminosos que estavam sendo planejados para o dia 8, em Brasília.
Também alegou a PGR, segundo apontou investigação da Policia Federal, que Anderson, diferente do que falou em depoimento, não pretendia jogar fora a Minuta do Golpe encontrada no armário da sua casa por agentes da PF.
“Ao sair do país, mesmo ciente de que os atos ocorreriam no dia 8 de janeiro, vislumbra-se que Anderson Gustavo Torres, deliberadamente, ausentou-se do comando e coordenação das estruturas organicamente supervisionadas pela pasta que titularizava, fator que surge como preponderante para os trágicos desdobramentos dos fatos em comento”, completou a PGR.
Defesa pede soltura de Anderson Torres
A defesa de Torres, havia pedido ao Supremo (STF) a revogação da prisão do ex ministro bolsonarista, decretada pelo ministro Alexandre de Moraes.
Contudo teve sua solicitação negada pela suprema corte.
Xandão, o terror dos bolsominions, determinou a prisão de Torres diante dos fortes indícios de omissão nos atos de vandalismo contra os Três Poderes.
Torres, ainda dispensou todo o alto escalão do comando da segurança pública do Distrito Federal dias antes de sair de férias.
Tanto que de acordo com apontado pela PGR, as condutas de Torres foram “omissivas” e demonstraram “absoluta desorganização”.
Segundo a PGR, Torres se “ausentou da responsabilidade que lhe competia, de fiscalizar o seu cumprimento e colocá-lo em prática, ao deixar o país”.
Durante seu depoimento à PF, Torres disse que não era sua obrigação o planejamento operacional das ações para controle da manifestação.
Torres ainda teve a cara de pau de dizer no depoimento que havia perdido o seu celular no Estados Unidos.
Minuta golpista
A minuta golpista encontrada no armário de Torres, também foi citada na manifestação da PGR ao Supremo.
A Minuta pretendia a instauração do estado de defesa no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a fim de mudar o resultado das eleições de 2022.
O documento criminoso, de acordo com juristas, caracteriza um golpe com o objetivo de invalidar a vitória legítima de Lula.
No depoimento a PF, Torres declarou que a minuta do golpe era “descartável” e “sem viabilidade jurídica”.
Entretanto, segundo a PGR, afirmou:
“ao contrário do que o investigado já tentou justificar, não se trata de documento que seria jogado fora, estando, ao revés, muito bem guardado em uma pasta do governo federal e junto a outros itens de especial singularidade, como fotos de família e imagem religiosa”.
A Procuradoria ainda argumentou que a apreensão do documento só foi possível porque o ex-ministro estava fora do país.
“Estivesse o investigado em solo nacional gozando de liberdade, possivelmente esse e outros elementos de prova seriam ocultados ou destruídos, assim como ocorreu com seu aparelho celular, deixado nos Estados Unidos da América de maneira a impedir a extração de dados e análise da prova, o que demonstra ausência de cooperação para o esclarecimento dos fatos.”
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