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Após Retorno Dos EUA Lula Recoloca Brasil Em Tema Entre as NAÇÕES

antes de viajar para china lula coloca brasil em debate
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A viagem do presidente Lula a Washington não resultou em nenhum acordo concreto de cooperação com os Estados Unidos, ficando apenas no plano das intenções. Não houve, por exemplo, o anúncio de recursos do governo Biden para o Fundo Amazônia ou ações de preservação ambiental no Brasil.

No entanto, segundo Lula, essa não era a intenção da viagem, que tinha como objetivo recolocar o Brasil em um plano mais próximo de protagonismo no debate internacional.

O governo brasileiro considera o balanço da viagem positivo. Depois de tomar posse, Lula visitou a Argentina e os Estados Unidos e, na segunda quinzena de março, planeja visitar a China. Esses três países são os principais parceiros internacionais do Brasil.

Parceiros atuais do Brasil

Uma das principais preocupações do governo Lula em sua recente viagem aos Estados Unidos não era necessariamente fechar acordos concretos de cooperação com o governo americano. Mas sim reposicionar o Brasil em um papel de protagonismo no debate internacional.

Embora não tenha havido anúncios concretos de aportes de recursos do governo americano para o Fundo Amazônia e outras ações de preservação ambiental, o governo brasileiro avaliou a viagem como positiva.

Lula pretende visitar a China em sua próxima viagem internacional, completando assim uma sequência dos três principais parceiros comerciais do Brasil, algo que a administração anterior de Bolsonaro não priorizou.

Enquanto Lula busca uma abordagem pragmática nas relações internacionais, a administração anterior de Bolsonaro foi marcada por uma postura ideológica que chegou a ser vista como prejudicial aos interesses do país.

Posicionamento de Bolsonaro

Bolsonaro via o presidente argentino, Alberto Fernández, como um adversário de esquerda que precisava ser combatido na América do Sul. Ele estreitou relações com os Estados Unidos durante o governo de Donald Trump e depositava muitas esperanças nessa parceria para uma eventual reeleição de Trump, o que acabou não ocorrendo. Após a vitória de Joe Biden, praticamente não houve mais relação entre Bolsonaro e os Estados Unidos.

A China, por sua vez, considera-se como um grande inimigo comunista. Houve insinuações feitas por pessoas próximas ao governo, como o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), sobre a Covid-19, mas essas não geraram incidentes diplomáticos. Eduardo Bolsonaro culpou a China pela pandemia, chamando o coronavírus de “vírus chinês”, e como resposta, o embaixador chinês divulgou uma nota repreendendo-o.

Ernesto Araújo tinha uma ideia exótica de que os principais países do mundo e a Organização das Nações Unidas promovem o que ele chamava de “globalismo”. Essa linha de pensamento acredita em uma “conspiração comunista”, apesar de não haver mais economias socialistas em quase nenhum lugar do mundo. Rússia e China agora são consideradas mais como modelos de economias capitalistas com forte presença do Estado, mas não praticam mais a distribuição de renda no modelo socialista. A ideia do “globalismo” se concentra mais na promoção de pautas identitárias que são contrárias aos conceitos morais mais tradicionais.

Retorno do debate entre nações

Após sua viagem aos Estados Unidos, o presidente Lula busca retomar a posição do Brasil no debate internacional. Ele propôs a criação de um grupo de países que ajude a promover a paz entre a Rússia e a China, e já discutiu essa ideia com líderes europeus. Agora, pretende levar a ideia ao presidente chinês, Xi Jinping, em uma viagem à China no mês que vem.

Em governos anteriores, Lula teve um papel importante na mediação de conflitos internacionais. Como a mediação de paz entre Israel e a Palestina e a criação do grupo Amigos da Venezuela. Agora, busca ter um papel na solução do conflito entre a Rússia e a Ucrânia, propondo a criação de um grupo de países não diretamente ligados ao conflito para mediar uma solução de paz.

Apesar de não ter recebido acenos concretos dos países com os quais conversou, Lula mencionou a possibilidade de envolver países como China, Índia e África do Sul no debate. No entanto, essa tarefa não será fácil, já que a Rússia é um dos países que compõem o Brics. Lula tenta manter uma relação de neutralidade no conflito, condenando a invasão da Ucrânia pela Rússia, mas ponderando que houve erros de ambas as partes.

Apesar das dificuldades, Lula acredita que trouxe o Brasil de volta ao debate das nações e que o país não é mais um pária no cenário internacional.