Em nova entrevista polêmica, o ministro Luiz Marinho volta a falar sobre a possível suspensão da modalidade de recordação de aniversário.
O saque anual do FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço) voltou a ser tema de entrevista do ministro do Trabalho, Luiz Marinho, publicada nesta quinta-feira, 19. A Folha de S. Paulo disse que o empréstimo operacional do instituições que usam o benefício como garantia é “um problema dos bancos”.
“É problema dos bancos, não meu. Ninguém pediu empréstimo. As retiradas anuais vão esvaziar, enfraquecer o fundo e criar traumas”, afirmou.
No início deste mês, Marinho disse que pretendia extinguir o esporte, que foi criado no governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Permite a retirada de uma porcentagem dos recursos do fundo a cada ano.
O ministro também levantou a possibilidade de negociar com instituições financeiras para deixar de oferecer saques de aniversário. Nesse cenário, não haveria alteração para quem já solicitou o empréstimo.
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Polêmica do saque-aniversário
O assunto começou a ganhar força no início deste mês, quando Marinho disse em outra entrevista que pretende se aposentar do esporte. Um dia depois, ele disse que o assunto ainda estava em discussão com o sindicato e a diretoria do FGTS, levando muitos a acreditar que ele havia recuado. Mas não parece ser o caso.
“Eu não voltei. Eu disse que haveria um debate, como sempre. Isso será apresentado ao conselho que se reunirá em março. Mas vou mandar para acabar com o download de aniversário”, disse.
“Os funcionários estão me ligando, mandando mensagens de texto e dizendo: ‘Olha, pare o download de aniversário porque eu caí nessa isca.’ Quem for demitido não pode sacar o saldo. Deixa o trabalhador na rua da amargura quando ele mais precisa. É opcional, mas está errado. Se o salário não for suficiente, você tem que ir lá e fazer campanha, não levantar um fundo de proteção quando for demitido”, acrescentou.
Ainda em terra, disse não haver motivos para preocupações para já, pois pretende chegar a um entendimento “baseado no diálogo”.
Ministro discorda da finalidade
Segundo Marinho, a rescisão contratual não respeita as duas principais finalidades do FGTS: proteger os trabalhadores em caso de demissões e investir em moradia.
“A retirada anual desinfla, enfraquece o fundo e cria traumas. Os funcionários estão me ligando, me mandando mensagens e dizendo: ‘Olha, pare o download de aniversário porque entrei nessa isca’. Quem for demitido não pode sacar o saldo. Deixa o trabalhador na rua da amargura quando ele mais precisa. É opcional, mas está errado”, argumentou o ministro a propósito do fim do recesso anual.
Antecipação do Saque-Aniversário
Vale ressaltar que vários bancos começaram a oferecer empréstimos a clientes que pagarão antecipadamente os saques de aniversário.
Dessa forma, o valor será descontado das parcelas futuras do FGTS que teriam acumulado na conta no mês do saque.
Assim, quando questionado sobre o impacto do fim da seleção anual nos bancos, Marinho afirmou:
“É problema dos bancos, não meu. Ninguém pediu empréstimo.”
“Estou preocupado com os trabalhadores, não com os bancos.” Teremos obviamente que aumentar o volume existente. Não vamos tomar medidas que possam causar traumas potenciais à economia. Nesse sentido, digo aos bancos que não se preocupem. Agora os bancos provavelmente podem encontrar uma maneira de aproveitar a onda”, acrescentou.