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Como a Alta do Dólar Impacta no Brasil?

Como a Alta do Dólar Impacta no Brasil?
Como a Alta do Dólar Impacta no Brasil?

Na semana passada, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) anunciou que a taxa de inflação do país em dezembro de 2022 aumentou 0,62%, ou seja, o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) também subiu, atingindo uma alta acumulada de 5,79%. Assim, foi o segundo ano consecutivo a fechar acima da meta estabelecida pelo Banco Central (BC). Então, é justo dizer que uma parte significativa desse crescimento no Brasil, principalmente do lado do produto, se deve à variação do dólar.

Como o dólar influencia o Brasil e os brasileiros?

Em primeiro lugar, para Tatiana Nogueira, economista da XP Investimentos, existem dois principais fatores que influenciam o câmbio nos preços.

O primeiro fator, a equiparação dos preços, afeta a taxa de câmbio e o quão bem os preços brasileiros se ajustam ao mercado internacional. Portanto, para que não faltem produtos no Brasil, principalmente os de primeira necessidade, os preços dos produtos produzidos e exportados sobem com o dólar. Isso é muito benéfico para os produtores, pois eles recebem dólares.

Vários produtos estão nessa situação, como óleo, milho e soja. As importações de produtos fazem com que o dólar se valorize de duas maneiras. A primeira se faz diretamente por meio de produtos importados, como produtos farmacêuticos, roupas e eletrônicos.

Outra forma se trata de montar produtos por meio da importação de peças específicas, como resina plástica para autopeças e garrafas plásticas.

Variação de preços

Veja quais produtos tiveram mais variação de preços devido ao impacto no IPCA:

  • Os perfumes tiveram aumento de 9,02%;
  • Os cosméticos coloridos aumentaram 5,42%;
  • Os produtos para pele aumentaram 3,85%;
  • Vestuário aumentou 1,52%.

Fernando Giavarina, diretor de câmbio da Valor Investimentos, observou que o impacto da variação cambial na inflação afeta mais os brasileiros quando o item afetado, como o petróleo, usado para itens cotidianos dos brasileiros, é essencial. Quando o petróleo aumenta, a cadeia de produtos relacionada a ele também aumenta automaticamente. ou seja, gasolina, passagens aéreas, plásticos e derivados são mais caros.

Outro exemplo disso é o trigo. Os preços de pães, bolos e massas aumentaram em 2022, pois mais produtos precisaram ser importados da Argentina. Vale ressaltar que parte do aumento dos preços do trigo também se deve ao conflito na Ucrânia, que elevou os preços das commodities.

Novo Marco Regulatório do Câmbio

O Novo Marco Regulatório do Câmbio entrou em vigor dia 31/12/2022. As novidades trazidas pelo novo normal afetam diretamente a vida dos cidadãos. Isso porque qualquer empresa ou pessoa física agora pode operar diretamente no mercado de compra e venda de moeda, além de simplificar as transferências internacionais.

Algumas mudanças regulatórias estão sendo feitas para modernizar o mercado cambial. Por exemplo, sob a nova lei, aumentou o limite da quantia em dinheiro que cada pessoa pode levar em viagens internacionais. Na prática, esse valor passa de R$ 10 mil para US$ 10 mil, tanto na entrada quanto na saída do Brasil.

A prática comum de voltar do exterior e vender dólares excedentes para conhecidos já está regulamentada. No entanto, vale lembrar que as novas regras se aplicam a operações pontuais e pouco profissionais. Nesse caso, o valor da venda entre pessoas físicas é de $ 500.

Em suma, a nova regulamentação também facilita o investimento no exterior. Entre outras coisas, a ação deve incentivar as instituições financeiras brasileiras a abrirem contas em moeda estrangeira.

Além disso, a lei estabelece que as contas em moeda estrangeira no Brasil são regulamentadas pelo Banco Central, incluindo os requisitos e procedimentos para abertura e movimentação de contas. Segundo a agência, é possível ampliar o modelo em que pessoas físicas e jurídicas possuem contas em moeda estrangeira.

É claro que a abertura de contas de depósito no exterior já foi possível, mas, agora, a legislação ampliou e fortaleceu esse privilégio. Isso porque, segundo o banco central, as instituições poderão alocar, aplicar e distribuir recursos captados no Brasil ou em outros países para operações de crédito e financiamento no país e no exterior.

Finalmente, outro efeito é o aumento da concorrência no mercado cambial. Na prática, isso deve reduzir os custos para os consumidores. É nesse contexto que a burocracia também é reduzida. A prestação de informações ao banco central e as negociações de comércio exterior serão simplificadas.