O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, ordenou nesta terça-feira (10) a prisão de Anderson Torres, ex-Secretário de Segurança Pública do Distrito Federal e ex-ministro da Justiça. Em Brasília, veículos da Polícia Federal foram vistos estacionados em frente à casa de Torres.
Após deixar o Ministério da Justiça, Torres voltou a atuar na Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal. Isso após o fim do governo de Jair Bolsonaro. Desse modo, neste domingo (8), ele estava encarregado de fazer pastas quando alguns bolsonaristas terroristas invadiram o Congresso Nacional, o Supremo Tribunal Federal e o Palácio do Planalto.
Quem dispensou Torres foi Ibaneis Rocha, que pouco depois sofreu afastamento por Moraes do cargo de governador por 90 dias. Isso porque o ministro soube que houve certa omissão das autoridades do DF no ataque.
Anderson Torres encontrou Bolsonaro antes dos ataques
Ex-aliados de Jair Bolsonaro disseram ao Palácio do Planalto que o ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, Anderson Torres, se encontrou com o ex-presidente da república, Jair Bolsonaro, em Orlando, nos Estados Unidos. Assim, o encontro estaria marcado para sábado, um dia antes dos ataques na Praça dos Três Poderes, em Brasília, instigados por terroristas bolsonaristas.
Anderson Torres foi ministro da Justiça no governo Bolsonaro e assumiu o cargo de Secretário em 2 de janeiro no novo governo Lula. Ele saiu de licença para os Estados Unidos logo depois e acabou sendo afastado da Secretaria após o ato terrorista. Contudo, Torres é alvo de um mandado de prisão expedido pelo ministro do STF, Alexandre de Moraes.
O ex-ministro foi substituído por um fruto da intervenção federal, o atual secretário-executivo do Ministério da Justiça Ricardo Cappelli, que acusou Torres de atrapalhado os planos de segurança na capital federal.
Votação no STF para manter o afastamento e as prisões
Na quarta-feira (11), o plenário virtual do Supremo Tribunal Federal manteve por maioria a decisão de destituir o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), pelo prazo de 90 dias. Desse modo, a corte também manteve as prisões do ex-ministro Anderson Torres e do ex-comandante da Polícia Militar do Distrito Federal Fábio Augusto Vieira.
A decisão do ministro Alexandre de Moraes foi tomada em plenário virtual – os ministros não debatiam, apenas depositavam seus votos na Justiça. Além disso, se solicitada uma vista, o julgamento é suspenso. A votação começou na quarta-feira às 00:00 e foi até as 23:59.
Durante a votação, o ministro Alexandre de Moraes afirmou que a falta do policiamento necessário, especialmente por parte do Comando de Choque da Polícia Militar do Distrito Federal, atesta a negligência e conivência de diversas autoridades da área de segurança e inteligência.